Dra. Milene Barbosa Couto

osteoporose

A osteoporose é uma doença que interfere na saúde óssea, ocorrendo redução da massa óssea, aumentando o risco de fraturas aos mínimos impactos, principalmente em coluna, antebraço e quadril.

A osteoporose nos idosos pode aumentar o risco de quedas, e consequentemente internações, por isso, não devemos ignorar a investigação precoce.

Geriatria e o acompanhamento da Osteoporose

O atendimento em geriatria é importante pois cuida da saúde dos idosos de forma geral, não só idosos, mas também adultos jovens que queiram se cuidar e prevenir doenças futuras.

consulta Geriátrica é mais detalhada, usando um protocolo chamado AGA (AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA), podendo assim identificar precocemente doenças, com intuito de prevenir eventos desfavoráveis e preservar a funcionalidade dos pacientes. 

Uma das principais causas de internações em idoso são ocasionadas por fraturas, com isso identificando precocemente Osteoporose, diminuímos o risco de fraturas.

A Dra. Milene é especialista em médico do idoso, formada em medicina em 2020, pela Universidade Federal de Juíz de Fora, campus Governador Valadares. Iniciou sua carreira médica atuando na cidade de Pouso Alegre-MG onde trabalhou por um pouco mais de 1 ano. 

Trabalha hoje na cidade de Barbacena-MG, onde iniciou os trabalhos na região como Médica atuando na Estratégia de Saúde da Família, área na qual a aproximou da Geriatria.

Médica formada pela UFJF há 4 anos, realizando atendimentos Médico Geral e em Geriatria, em consultório e domicílio, tendo como objetivo o envelhecimento saudável nos 50+, identificando precocemente doenças e o risco de fragilidade futura e, com isso prevenindo eventos desfavoráveis, preservando a sua funcionalidade, autonomia e independência.

O que é Osteoporose?

osteoporose

A osteoporose é uma doença que interfere na saúde óssea, ocorrendo redução da massa óssea, aumentando o risco de fraturas aos mínimos impactos, principalmente em coluna, antebraço e quadril.

Pode ser causada devido redução da massa óssea com o passar da idade, no período pós menopausa, ou por algumas doenças que aceleram a fragilidade óssea.

Além disso, a osteoporose é a principal causa de fratura nos paciente acima de 50 anos, com predominância no sexo feminino, e sua prevalência aumenta com idade.

O que pode causar osteoporose?

Vamos fazer um questionário rápido e dinâmico sobre os principais fatores de riscos?

  1. Tem mais de 60 anos?
  2. Fraturou um osso depois dos 50 anos?
  3. Está ficando mais baixo(a)?
  4. Histórico familiar?
  5. Quedas frequentes?
  6. Faz algum tratamento com corticoide?
  7. Artrite reumatóide?
  8. Diabetes?
  9. Hipertireoidismo ou hiperparatireoidismo?
  10. Doenças digestivas?
  11. Terapia para câncer de mama ou próstata?
  12. Níveis baixos de testosterona?
  13. Menopausa precoce?
  14. Ovários removidos?
  15. Abaixo do peso?
  16. Você está tomando sol suficiente?
  17. Realiza pouca atividade física?
  18. Está evitando laticínios?
  19. Consome muito álcool?
  20. É fumante?

Esse questionário alerta os indivíduos sobre os riscos para osteoporose e necessidade de buscar orientação médica. Se você se identificou com esses fatores, não deixe de procurar um médico.

Afinal, o que pode causar osteoporose, quais os principais fatores de risco que podem desencadear?

  1. Menopausa: com a interrupção da menstruação, ocorre diminuição dos níveis de alguns hormônios que são fundamentais para manter a massa óssea.
  2. Envelhecimento: a perda de massa óssea aumenta com a idade.
  3. Hereditariedade: a Osteoporose é mais frequente em pessoas com antecedentes familiares
    da doença, principalmente quando associado aos fatores de risco.
  4. Dieta pobre em cálcio: o cálcio ajuda a manter a densidade óssea. Uma dieta pobre em cálcio pode ajudar a ‘enfraquecer’ os ossos.
  5. Excesso de fumo e álcool: Eles inibem a multiplicação dos osteoblastos, que são importantes para produção da matriz óssea.
  6. Imobilização prolongada: o exercício físico constitui um importante estímulo para a formação e o fortalecimento dos ossos.
  7. Medicamentos: medicamentos, como os corticóides, em tratamentos de longa duração,
    favorecem a redução da massa óssea, pois inibem a absorção intestinal do cálcio.

Como saber se tenho Osteoporose?

osteoporose idoso

A fratura vertebral é a manifestação clínica mais comum da osteoporose.

Normalmente assintomática, não possui sintomas clínicos, até que haja uma fratura.

É necessário uma orientação adequada aos pacientes, visto que muitos tendem a pressupor que como não há sintomas não devem ter osteoporose. Muitos pacientes com dores, apresentam-se em atendimento com medo de estar com osteoporose, o que não é tão evidente em ausência de fraturas.

Em geral, vão ter microfraturas, decorrentes de movimentos do dia a dia, como dobrar o tronco para frente para varrer o piso, arrumar uma cama, pegar objetos leves do chão, cozinhar. Grande parte das vezes, são diagnosticadas como um achado incidental na radiografia.

Fiquem atentos as causas e fatores de risco já discutido, e converse com o médico sobre a necessidade de investigação.

Com qual idade devo começar a investigar Osteoporose?

O diagnóstico é realizado na presença de uma fratura por fragilidade, mesmo sem a avaliação por densitometria óssea.

As fraturas por fragilidade são aquelas que ocorrem espontaneamente ou por traumas menores, que normalmente não levariam a fratura em pessoas sem osteoporose.

O diagnóstico clínico é realizado tanto na evidência de fratura por fragilidade, independentemente da massa óssea, como na avaliação da densidade mineral óssea (DMO), por meio de densitometria óssea da coluna lombar, fêmur total, colo do fêmur ou terço médio do rádio.

O rastreio com Densitometria óssea é indicado para todas as mulheres ≥ 65 anos e homens ≥ 70 anos, ou
na presença de fatores de risco para osteoporose, como baixo peso, fratura prévia, uso de medicamentos ou presença de doenças que sabidamente afetam a saúde óssea.

Osteopenia, o que é?

Você que já realizou algum exame para osteoporose no qual já teve o diagnóstico de Osteopenia? Ou já ouviu alguém falar sobre?

A osteopenia pode ser considerada uma fase anterior a Osteoporose, o paciente já iniciou com processo de perda de massa óssea mas ainda não é osteoporose, mas com considerável risco para evoluir.

Diante de um exame com diagnóstico de Osteopenia será necessário que o médico avalie o risco para Osteoporose, intervindo precocemente, eliminando riscos futuros.

Tratamento e suplementação vitamínina

O tratamento têm como objetivo prevenir a perda da massa óssea, e assim diminuindo risco de fraturas. Além do tratamento medicamentoso, devemos incluir mudanças no estilo de vida e avaliar necessidade de suplementação vitamínica.

PERDA DE MASSA OSSEA

Qual importância da suplementação com vitaminas, como o Cálcio e vitamina D? :

  • Reposição de Cálcio

O Cálcio está envolvido em distintos processos no organismo humano, sendo que um dos principais é a formação e manutenção da massa óssea.

A necessidade de Cálcio pode variar entre 800 mg a 2000 mg/ dia, sendo avaliada a indicação e calculada pelo médico ou nutricionista.

  • Reposição Vitamina D

A Vitamina D além de ter seu papel na absorção intestinal de cálcio, exerce um papel importante na musculatura periférica e no equilíbrio, minimizando o risco de quedas.

Concentrações baixas de Vitamina D podem levar ao hiperparatireoidismo secundário e, consequentemente, ao aumento da reabsorção óssea, favorecendo perda de massa óssea, piora da qualidade óssea e aumento do risco de fraturas por fragilidade.

Terapia de reposição Hormonal:

Em alguns casos mulheres na menopausa podem se beneficiar com reposição hormonal, nesses casos deve haver uma avaliação médica, para quantificar riscos e benefícios, visto que em alguns casos pode aumentar o risco cardiovascular e até câncer de mama.

Exercício Físico:

A reeducação muscular, exercícios de resistência e para o equilíbrio, além de garantir a melhora da massa óssea, contribuem para o fortalecimento e a adequação postural, vão ser importantes para redução do risco de quedas e novas fraturas.

Medicamentos:

A avaliação dos medicamentos para osteoporose deve ser feita com base em diversos critérios, como eficácia, segurança, perfil do paciente e a presença de condições pré-existentes.

Algumas terapias são diárias, enquanto outras são semanais ou mensais. Isso pode impactar a adesão ao tratamento. O denosumabe, por exemplo, é uma injeção subcutânea administrada a cada seis meses, o que pode ser mais conveniente para alguns pacientes.

Além disso algumas medicações vão exigir cuidados específicos, além de ser necessário um monitoramento com exames para avaliar eficácia.

A eficácia pode variar com o tempo. Por exemplo, bifosfonatos podem ser usados por longos períodos, mas a terapia com teriparatida é limitada a dois anos.

Bisfosfonatos (BF) compreendem a classe de medicamentos mais prescrita no mundo para o
tratamento da osteoporose. Eles agem reduzindo os marcadores de remodelação óssea a baixas concentrações e diminuindo as taxas de fratura.

  • Os principais representantes dessa classe de medicamentos antirreabsortivos ósseos são o alendronato, o risedronato, o ibandronato e o ácido zoledrônico.

Denosumabe: é um medicamento que inibe a ação dos osteoclastos (células que quebram os ossos), além disso aumenta a densidade óssea e resistência dos ossos.

Teriparatida: Age na reabsorção tubular renal de cálcio, na eliminação de fosfato e no aumento da reabsorção intestinal de cálcio, melhorando assim a densidade mineral óssea (DMO), especialmente na região da coluna.

Romosozumabe: Um potente agente anabólico que promove intenso ganho de massa óssea
e reduz significativamente o risco de novas fraturas.

Como prevenir a perda de massa óssea?

ATIVIDADE FISICA E OSTEOPOROSE

Para prevenir a Osteoporose é necessário intervir nos fatores que aumentam o risco.

  1. Faça atividade física para fortalecer musculatura e melhorar saúde óssea;
  2. Dieta rica em cálcio, como leite e derivados;
  3. Não fume e diminua o consumo de bebida alcoólica;
  4. Evite quedas
  5. Mantenha as vitaminas com níveis adequados;
  6. Acompanhamento médico para avaliar o risco de osteoporose e assim a necessidade de DMO para rastreio;

LEIA MAIS:

https://dramilenecouto.com.br/perda-de-forca-muscular/

FONTES:

https://www.editoraclannad.com.br/wp-content/uploads/2022/11/Manual-Brasileiro-de-Osteoporose_Versao_04NOV22.pdf

https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/68410/48576

https://www.iamspe.sp.gov.br/wp-content/uploads/2017/01/cartilha-osteoporose.pdf

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *